Alimentação saudável barata não é mito e vale a pena | Por Maitê Campos
Olá meninas,
Já deu para ter uma ideia do que vamos falar hoje, certo?
Acho um assunto importante, muito porque passei por vários processos, desde as
dietas malucas até me encontrar na reeducação alimentar. Se a sua desculpa
sempre foi: “comer saudável é caro”, “nunca vou conseguir comprar tudo que
recomendam”, “as blogueiras são ricas, eu não”, hoje vou te mostrar que está na
hora de arrumar outra desculpa, ou melhor, parar de desculpa e rever seus
hábitos.
Todos os dias somos testados pelas tentações. É um copo de
coxinha por cinco reais ou como vejo muito aqui no terminal em São Paulo, oito
pães de queijo por um real. Por aí vai. Dessa forma, se exige de nós muita
disciplina, força de vontade e consciência no que vale a pena gastar nosso
dinheiro. Vou preparar algo bem legal, fazendo um comparativo de preço nos
próximos posts. Hoje a missão é mostrar os benefícios de se optar pela alimentação
saudável e que com alguns cuidados você consegue economizar na compra.
Conversei com a nutri Gabi Marcelino sobre esse assunto, ela
acredita que é por “falta de informação, ou melhor, informação errada de fácil
acesso” que as pessoas acham que uma alimentação saudável pode pesar o
orçamento. E completa que “o que mais tem hoje são propagandas de alimentos milagrosos para a
dieta. Com essa exposição, muitas pessoas acreditam que mudar o estilo de vida
só irá acontecer se seguir e consumir aquilo que é divulgado. A maioria
desses produtos é inacessível (e muitas vezes não são necessários) e aí acabam
fazendo essa ligação entre alimentação saudável e alto custo”.
Atualmente, os influenciadores digitais acabam reforçando
esse mito. “Hoje eles tem muito espaço nas redes sociais, já que a maioria tem
o corpo desejado pelas pessoas ou conseguiu atingir um objetivo que as pessoas
também querem. Dessa forma, os seguidores acabam “endeusando” essas pessoas e
tudo o que ela faz. E o que ela consome ou indica é visto como um passo para se
tornar igual a ela”, explica Gabi que completa que muitos desses “blogueiros
fitness” recebem (e muito) das empresas e a maioria nem consome de verdade
aquilo que está fazendo propaganda.
Se alimentar bem não significa trocar pães de forma
tradicionais por pães sem glúten feitos com amêndoas selvagens das polinésias
moídas por freiras dos Alpes Suíços haha. Por exemplo: uma caixinha de suco
com 250 ml custa, em média, R$ 2,50. Boa parte desses sucos leva muito açúcar e
água em sua composição, além de corantes, aromatizantes e outros aditivos. Se
comprarmos 1 Kg de laranja, conseguiremos a mesma quantia de suco por R$ 1,50.
E o melhor, o seu suco será natural e rico em vitaminas e fibras.
Vale lembrar que o “preço” é a quantidade em dinheiro que
devemos pagar por um produto ou serviço, já o “valor” é o quanto aquele produto
ou serviço lhe trouxe benefícios. Os alimentos mais saudáveis vão te trazer
benefícios a curto e longo prazo como: mais disposição e energia, menor riscos
de doenças, tratamento natural de doenças.
Percebo que muitas vezes as pessoas se apegam em alguns
alimentos como se ele fosse fazer milagre e como já foi falado aqui, acreditam também que somente com aquele alimento é possível atingir os objetivos. O chá de hibisco, óleo
de coco, xilitol, tapioca ou goji berry são exemplos dos famosos “alimentos da moda” , e além de ter custo elevado, muitas vezes não são as melhores
alternativas. “Uma alimentação saudável vai muito além de um alimento “x” e é
isso que as pessoas têm que começar a entender. Não vai ser um alimento isolado
que vai te fazer mais saudável e sim uma junção de hábitos”, conta a nutri.
Alimentação saudável é aquela que faz bem para o corpo e para
mente. Ela deve se ajustar aos seus gostos, personalidade, tradições, estilo de
vida e orçamento. É por isso que acompanhamento com um profissional é de
extrema importância! Eu só comecei atingir meus objetivos quando entendi isso:
corpo e mente. Equilíbrio! Muitas vezes as nossas inspirações são pessoas com
rotinas e objetivos diferentes dos nossos. De quem acorda cedo, tem jornada longa
de trabalho, filhos, gasta horas do seu dia no transporte público. Por causa
disso, nos sentimos incapaz, não vemos “resultado”, desistimos. Devemos sim nos
espelhar em outras pessoas, mas que as histórias e rotinas compactuem com a
nossa realidade, para aí sim ser uma motivação e você se sentir capaz, melhor e não pior.
Dieta x reeducação
alimentar
Como já disse, eu só comecei a atingir
meus objetivos quando entendi que mente e corpo devem estar em completa
sintonia e equilíbrio. Quantas vezes atingi o que eu queria com dietas enquanto
minha mente estava completamente doente e paranoica? Na verdade eu sempre fui
muito imediatista. Queria resultados em uma semana se não desistia. A dieta,
seguida a risca, cumpre bem esse papel. O problema é a manutenção e aí já viu,
efeito sanfona.
Quando passei a ter mais paciência, entendi meu corpo e o
alinhei junto a minha mente e comecei a estudar os alimentos e os benefícios
dele para minha rotina e saúde, percebi que quando somos saudáveis de corpo,
somos também de mente. A cobrança é menor porque na reeducação você se permite.
Você dialoga com você a melhor solução e não somente retira autoritariamente milhões
de alimentos.
A Gabi dá uma explicada mais técnica para gente entender
melhor:
Dieta: um
processo de curto período que vem acompanhada, na maioria dos casos, de
restrições alimentares e alimentos milagrosos. Quem se submete a fazer dietas
milagrosas ou da moda passa por um processo traumático. A pessoa vira refém da
comida e de situações tão extremas que não consegue “levar para a vida toda”,
por isso, sempre tem um prazo de validade (“emagreça em 30 dias com a água da
berinjela”).
Sabe-se que esse emagrecimento acontece porque se tem uma
restrição energética. É claro que nosso corpo irá diminuir o peso da balança,
mas não é um processo saudável. Você não perde apenas gordura e sim água, proteínas
e minerais, o que causa uma bagunça no nosso organismo podendo até desenvolver
problemas sérios de saúde.
Reeducação alimentar: você busca por uma alimentação de verdade,
você aprende a importância dos alimentos e a fazer uma melhor escolha, você não
é refém da sua comida e sim amiga dela. É um processo mais lento, mas que irá manterá
para o resto da vida, assim como os seus benefícios.
Uma alimentação
saudável baseada em alimentos de verdade (frutas, hortaliças, carnes e cereais)
pode sair mais barata que comprar alimentos já preparados. A única diferença é
que devemos ser mais organizados e planejar muitas vezes o cardápio, diferente de
quando compramos “os prontinhos”, que o único trabalho é colocar no carrinho. A
Nutri indica que optar por alimentos da estação e ir a feiras de bairro
permitem economizar ainda mais e ter uma maior variedade.
Ela também deixa algumas dicas básicas para começar a mudar
os hábitos alimentares:
- Utilizar como base de sua alimentação os alimentos in natura ou minimamente processados (aqueles que foram apenas
separados, lavados e embalados);
- Utilize sal, óleos e açúcares em pequenas quantidades. Comece diminuindo o
que você já está acostumado a consumir mas permita-se conhecer o sabor natural
dos alimentos;
- Limite o consumo dos alimentos processados, sempre consumindo-os em pequenas
quantidades e EVITE ao máximo os alimentos ultraprocessados (biscoitos
recheados, refrigerantes, salgadinhos..);
- Hidrate-se. Consuma água ao longo do dia e não troque por sucos, chás ou
isotônicos.
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