Alimentação saudável barata não é mito e vale a pena | Por Maitê Campos

by - quinta-feira, março 23, 2017


Olá meninas,

Já deu para ter uma ideia do que vamos falar hoje, certo? Acho um assunto importante, muito porque passei por vários processos, desde as dietas malucas até me encontrar na reeducação alimentar. Se a sua desculpa sempre foi: “comer saudável é caro”, “nunca vou conseguir comprar tudo que recomendam”, “as blogueiras são ricas, eu não”, hoje vou te mostrar que está na hora de arrumar outra desculpa, ou melhor, parar de desculpa e rever seus hábitos.



Todos os dias somos testados pelas tentações. É um copo de coxinha por cinco reais ou como vejo muito aqui no terminal em São Paulo, oito pães de queijo por um real. Por aí vai. Dessa forma, se exige de nós muita disciplina, força de vontade e consciência no que vale a pena gastar nosso dinheiro. Vou preparar algo bem legal, fazendo um comparativo de preço nos próximos posts. Hoje a missão é mostrar os benefícios de se optar pela alimentação saudável e que com alguns cuidados você consegue economizar na compra.

Conversei com a nutri Gabi Marcelino sobre esse assunto, ela acredita que é por “falta de informação, ou melhor, informação errada de fácil acesso” que as pessoas acham que uma alimentação saudável pode pesar o orçamento. E completa que “o que mais tem hoje são propagandas de alimentos milagrosos para a dieta. Com essa exposição, muitas pessoas acreditam que mudar o estilo de vida só irá acontecer se seguir e consumir aquilo que é divulgado. A maioria desses produtos é inacessível (e muitas vezes não são necessários) e aí acabam fazendo essa ligação entre alimentação saudável e alto custo”.

Atualmente, os influenciadores digitais acabam reforçando esse mito. “Hoje eles tem muito espaço nas redes sociais, já que a maioria tem o corpo desejado pelas pessoas ou conseguiu atingir um objetivo que as pessoas também querem. Dessa forma, os seguidores acabam “endeusando” essas pessoas e tudo o que ela faz. E o que ela consome ou indica é visto como um passo para se tornar igual a ela”, explica Gabi que completa que muitos desses “blogueiros fitness” recebem (e muito) das empresas e a maioria nem consome de verdade aquilo que está fazendo propaganda. 

Se alimentar bem não significa trocar pães de forma tradicionais por pães sem glúten feitos com amêndoas selvagens das polinésias moídas por freiras dos Alpes Suíços haha. Por exemplo: uma caixinha de suco com 250 ml custa, em média, R$ 2,50. Boa parte desses sucos leva muito açúcar e água em sua composição, além de corantes, aromatizantes e outros aditivos. Se comprarmos 1 Kg de laranja, conseguiremos a mesma quantia de suco por R$ 1,50. E o melhor, o seu suco será natural e rico em vitaminas e fibras. 

Vale lembrar que o “preço” é a quantidade em dinheiro que devemos pagar por um produto ou serviço, já o “valor” é o quanto aquele produto ou serviço lhe trouxe benefícios. Os alimentos mais saudáveis vão te trazer benefícios a curto e longo prazo como: mais disposição e energia, menor riscos de doenças, tratamento natural de doenças.

Percebo que muitas vezes as pessoas se apegam em alguns alimentos como se ele fosse fazer milagre e como já foi falado aqui, acreditam também que somente com aquele alimento é possível atingir os objetivos. O chá de hibisco, óleo de coco, xilitol, tapioca ou goji berry são exemplos dos famosos “alimentos da moda” , e além de ter custo elevado, muitas vezes não são as melhores alternativas. “Uma alimentação saudável vai muito além de um alimento “x” e é isso que as pessoas têm que começar a entender. Não vai ser um alimento isolado que vai te fazer mais saudável e sim uma junção de hábitos”, conta a nutri.

Alimentação saudável é aquela que faz bem para o corpo e para mente. Ela deve se ajustar aos seus gostos, personalidade, tradições, estilo de vida e orçamento. É por isso que acompanhamento com um profissional é de extrema importância! Eu só comecei atingir meus objetivos quando entendi isso: corpo e mente. Equilíbrio! Muitas vezes as nossas inspirações são pessoas com rotinas e objetivos diferentes dos nossos. De quem acorda cedo, tem jornada longa de trabalho, filhos, gasta horas do seu dia no transporte público. Por causa disso, nos sentimos incapaz, não vemos “resultado”, desistimos. Devemos sim nos espelhar em outras pessoas, mas que as histórias e rotinas compactuem com a nossa realidade, para aí sim ser uma motivação e você se sentir capaz, melhor e não pior. 

Dieta x reeducação alimentar

Como já disse, eu só comecei a atingir meus objetivos quando entendi que mente e corpo devem estar em completa sintonia e equilíbrio. Quantas vezes atingi o que eu queria com dietas enquanto minha mente estava completamente doente e paranoica? Na verdade eu sempre fui muito imediatista. Queria resultados em uma semana se não desistia. A dieta, seguida a risca, cumpre bem esse papel. O problema é a manutenção e aí já viu, efeito sanfona.

Quando passei a ter mais paciência, entendi meu corpo e o alinhei junto a minha mente e comecei a estudar os alimentos e os benefícios dele para minha rotina e saúde, percebi que quando somos saudáveis de corpo, somos também de mente. A cobrança é menor porque na reeducação você se permite. Você dialoga com você a melhor solução e não somente retira autoritariamente milhões de alimentos.

A Gabi dá uma explicada mais técnica para gente entender melhor:

Dieta: um processo de curto período que vem acompanhada, na maioria dos casos, de restrições alimentares e alimentos milagrosos. Quem se submete a fazer dietas milagrosas ou da moda passa por um processo traumático. A pessoa vira refém da comida e de situações tão extremas que não consegue “levar para a vida toda”, por isso, sempre tem um prazo de validade (“emagreça em 30 dias com a água da berinjela”).
Sabe-se que esse emagrecimento acontece porque se tem uma restrição energética. É claro que nosso corpo irá diminuir o peso da balança, mas não é um processo saudável. Você não perde apenas gordura e sim água, proteínas e minerais, o que causa uma bagunça no nosso organismo podendo até desenvolver problemas sérios de saúde.

Reeducação alimentar: você busca por uma alimentação de verdade, você aprende a importância dos alimentos e a fazer uma melhor escolha, você não é refém da sua comida e sim amiga dela. É um processo mais lento, mas que irá manterá para o resto da vida, assim como os seus benefícios.

Uma alimentação saudável baseada em alimentos de verdade (frutas, hortaliças, carnes e cereais) pode sair mais barata que comprar alimentos já preparados. A única diferença é que devemos ser mais organizados e planejar muitas vezes o cardápio, diferente de quando compramos “os prontinhos”, que o único trabalho é colocar no carrinho. A Nutri indica que optar por alimentos da estação e ir a feiras de bairro permitem economizar ainda mais e ter uma maior variedade.


Ela também deixa algumas dicas básicas para começar a mudar os hábitos alimentares:              

- Utilizar como base de sua alimentação os alimentos in natura ou minimamente processados (aqueles que foram apenas separados, lavados e embalados);

- Utilize sal, óleos e açúcares em pequenas quantidades. Comece diminuindo o que você já está acostumado a consumir mas permita-se conhecer o sabor natural dos alimentos;

- Limite o consumo dos alimentos processados, sempre consumindo-os em pequenas quantidades e EVITE ao máximo os alimentos ultraprocessados (biscoitos recheados, refrigerantes, salgadinhos..);             

- Hidrate-se. Consuma água ao longo do dia e não troque por sucos, chás ou isotônicos.



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